terça-feira, 18 de fevereiro de 2014


Metade...                                                 Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.


Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

Link: http://www.vagalume.com.br/oswaldo-montenegro/metade.html#ixzz2tiiwhyxQ

domingo, 16 de fevereiro de 2014


REDIN, Marita Martins [et. al]. Planejamento, Práticas e Projetos Pedagógicos na Educação Infantil. 2. ed. Porto Alegre, RS: Mediação, 2013.

Este livro aborda o planejamento de ações educativa com bebês e crianças. Nos capítulos 1 e 2, apresentam-se concepções de planejamento de práticas e projetos pedagógicos que instiguem os educadores a aventurar-se com as crianças, a brincar e a inventar com elas. O capítulo 3 refere-se à dinamicidade do desenvolvimento infantil e à necessidade de as propostas se adequarem às diferentes idades, apontando para linhas norteadoras em termos de cuidados e posturas dos adultos frente às crianças e refletindo sobre áreas de conhecimento que não podem ficar ausentes do planejamento. Nos capítulos 4 e 5 contempla-se um conjunto de relatos que retrata o cenário da Educação Infantil, por meio de práticas e projetos desenvolvidos em diferentes instituições, por diferentes professoras.

Livro:

RAPOPORT, Andrea [et. al]. O dia a dia na Educação Infantil. Porto Alegre, RS:Mediação, 2012
Dirigida a educadores da Educação Infantil, esta publicação apresenta quatro capítulos articulados que se referem ao desenvolvimento das crianças de 0 a 6 anos, à atenção e aos cuidados necessários nessa faixa etária e às práticas pedagógicas daí decorrentes. O primeiro capítulo aborda aspectos do desenvolvimento infantil, do estágio sensório-motor à fase do jogo simbólico, analisando a evolução da oralidade, da expressão artística, da motricidade, das brincadeiras infantis, dentre outros. O segundo e o terceiro capítulo, respectivamente, abordam a adaptação de bebês e crianças às instituições e a nutrição e alimentação sadia na primeira infância. O último capítulo discute o comportamento das crianças e a postura de pais e professores frente a suas reações.

E pensar que toda esta maravilha, gerada pela Mãe Terra, pode um dia desaparecer devido ao nosso estilo de habitar, sem o devido cuidado, para com os equilíbrios do sistema-vida e do sistema-Terra pois estabelecemos, já há centenas e centenas de anos, uma relação de agressão e de uso meramente utilitário dos bens e serviços que nos são gratuitamente oferecidos. Em vez de guardiães do jardim do Eden nos fizemos o Satã da Terra, aqueles que cortam as hastes e impedem que os botões virem flores e rosas.

Esse desabrochar surpreendente representa uma metáfora de nossa própria existência. Nascemos todos inteiros mas não estamos ainda prontos. Somos habitados por incontáveis virtualidades que querem vir à luz, desabrochar, saudar e sorrir para todo o universo.

Demos esta chance a nós mesmos. Escutemos o nosso Eu profundo e auscultemos o chamado interior de nossa natureza e permitamos que o que lá se esconde, irrompa, se abra e desabroche totalmente. Esse evento benaventurado só se faz possível se nos sentirmos conectados com todos os seres, vivenciarmos, a partir do coração, o fatao de que somos verdadeiramente irmãos e irmãs uns dos outros e que nos respeitamos, e nos veneramos e nos amamos assim como somos, botões que só tem sentido porque podem e querem ser como as flores e as rosas que despertam do sono e celebram com sua esplêndida beleza e o milagre da existência. Nascemos para desabrochar, para sorrir e para revelarmos uns aos outros a nossa irradiante beleza

Leonardo Boff

Leonardo Boff
Leonardo Boff (*1938) doutorou-se em teologia pela Universidade de Munique. Foi professor de teologia sistemática e ecumênica com os Franciscanos em Petrópolis e depois professor de ética, filosofia da religião e de ecologia filosófica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

A ternura: a seiva da amor
16/02/2014
Mesmo no coração da atual crise social não podemos esquecer da ternura que subjaz a todos os empreendimentos que envolvem valores e afetam o coração humano. 
São misteriosos os caminhos que vão do coração de um homem na direção do coração da mulher e do coração da mulher na direção do coração homem. Igualmente misteriosas são as travessias do coração de dois homens e respectivamente de duas mulheres que se encontram e declaram seus mútuos afetos. Desse ir e vir nasce o enamoramento, o amor e por fim o casamento ou a união estável. Como temos a ver com liberdades, os parceiros se encontram inevitavelmente expostos a eventos imponderáveis.
A própria existência nunca é fixada uma vez por todas. Vive em permanente dialogação com o meio. Essa troca não deixa ninguém imune. Cada um vive exposto. Fidelidades mútuas são postas à prova. No matrimônio, passada a paixão, inicia a vida cotidiana com sua rotina cinzenta. Ocorrem desencontros na convivência a dois. irrompem paixões vulcânicas pelo fascínio de outra pessoa. Não raro o êxtase é seguido de decepção. Há voltas, perdões, renovação de promessas e reconciliações. Sempre sobram, no entanto, feridas que, mesmo cicatrizadas, lembram que um dia sangraram.
O amor é uma chama viva que arde mas que pode bruxolear e lentamente se cobrir de cinzas e até se apagar. Não é que as pessoas se odeiam. Elas ficaram indiferentes umas às outras. É a morte do amor. O verso 11 do Cântico Espiritual do místico São João da Cruz, que são canções de amor entre a alma a Deus, diz com fina observação: “a doença de amor não se cura sem a presença e a figura”. Não basta o amor platônico, virtual ou à distância. O amor exige presença. Quer a figura concreta que é mais mais que o pele-a-pele mas o cara-a-cara e o coração sentindo o palpitar do coração do outro.
Bem diz o místico poeta: o amor é uma doença que, nas minhas palavras, só se cura com aqulo que eu chamaria de ternura essencial. A ternura é a seiva do amor. “Se quiseres guardar, fortalecer, dar sustentabilidade ao amor seja terno para com o teu companheiro oua tua companheira”. Sem o azeite da ternura não se alimenta a chama sagrada do amor. Ela se apaga.
Que é a ternura? De saida, descartemos as concepções psicologizantes e superficiais que identificam a ternura como mera emoção e excitação do sentimento face ao outro. A concentração só no sentimento gera o sentimentalismo. O sentimentalismo é um produto da subjetividade mal integrada. É o sujeito que se dobra sobre si mesmo e celebra as suas sensações que o outro provocou nele. Não sai de si mesmo.
Ao contrário, a ternura irrompe quando a pessoa se descentra de si mesma, sái na direção do outro, sente o outro como outro, participa de sua existência, se deixa tocar pela sua história de vida. O outro marca o sujeito. Esse demora-se no outro não pelas sensações que lhe produz, mas por amor, pelo apreço de sua pessoa e pela valorização de sua vida e luta. “Eu te amo não porque és bela; és bela porque te amo”.
A ternura é o afeto que devotamos às pessoas nelas mesmas. É o cuidado sem obsessão. Ternura não é efeminação e renúncia de rigor. É um afeto que, à sua maneira, nos abre ao conhecimento do outro. O Papa Francisco no Rio falando aos bispos latino americanos presentes cobrou-lhes “a revolução da ternura” como condição para um encontro pastoral verdadeiro.
Na verdade só conhecemos bem quando nutrimos afeto e nos sentimos envolvidos com a pessoa com quem queremos estabelecer comunhão. A ternura pode e deve conviver com o extremo empenho por uma causa, como foi exemplarmente demonstrado pelo revolucionário absoluto Che Guevara (1928-1968). Dele guardamos a sentença inspiradora: ”hay que endurecer pero sin perder la ternura jamás”. A ternura inclui a criatividade e a auto-realização da pessoa junto e através da pessoa amada. 
A relação de ternura não envolve angústia porque é livre de busca de vantagens e de dominação. O enternecimento é a força própria do coração, é o desejo profundo de compartir caminhos. A angústia do outro é minha angústica, seu sucesso é meu sucesso e sua salvação ou perdição é minha salvação e minha perdição e, no fundo, não só minha mas de todos.
Blaise Pascal(1623-1662), filósofo e matemático francês do século XVII, introduziu uma distinção importante que nos ajuda a entender a ternura: "o esprit de finesse e o esprit de géometrie".
O esprit de finesse é o espírito de finura, de sensibilidade, de cuidado e de ternura. O espírito não só pensa e raciocina. Vai além porque acrescenta ao raciocínio sensibilidade, intuição e capacidade de sentir em profundidade. Do espírito de finura nasce o mundo das excelências, das grandes sonhos, dos valores e dos compromissos para os quais vale dispender energias e tempo.

O esprit de géometrie é o espírito calculatório e obreirista, interessado na eficácia e no poder. Mas onde há concentração de poder aí não há ternura nem amor. Por isso pessoas autoritárias são duras e sem ternura e, às vezes, sem piedade. Mas é o modo-de-ser que imperou na modernidade. Ela colocou num canto, sob muitas suspeitas, tudo o que tem a ver com o afeto e a ternura.
Daí se deriva também o vazio aterrador de nossa cultura “geométrica” com sua pletora de sensações mas sem experiências profundas; com um acúmulo fantástico de saber mas com parca sabedoria, com demasiado vigor da musculação, do sexualismo, dos artefatos de destruição mostrados nos serial killer mas sem ternura e cuidado de uns para com os outros, para com a Terra, para com seus filhos e filhas, para com o futuro comum de todos.

O amor é a vida são frágeis. Sua força invencível 
vem da ternura com a qual os cercamos e sempre os alimentamos.

Leonardo Boff é autor de A força da ternura, Mar de Idéias, Rio 2012.

Fonte: http://leonardoboff.wordpress.com/2014/02/16/a-ternura-a-seiva-da-amor/

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

https://www.facebook.com/gentemiuda.org


Sobre

Atividades Educativas, Projetos, Músicas, Histórias, Lembrancinhas feitas com sucata, Desenhos para Colorir e muito mais para inovar as suas aulas...

Descrição
Diversos materiais postados aqui são de autoria desconhecida, divulgadas livremente em grupos de discussão ou em outros sites e no Google imagens. Mas, se você for proprietário de alguma arte e não queira ver publicado neste blog BASTA SOLICITAR A REMOÇÃO NOS COMENTÁRIOS, ou dizer que é de sua autoria que colocamos os créditos. E, por favor, seja educado pois, se está aqui foi porque foi encontrado em outro lugar na internet sem os créditos. Obrigada!
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Antropoética - Arte educação e Movimento

Sobre
Arte educação e Movimento
Agenda de Cursos, Informações, Atualidades, Ações educativas, Consultorias e Vivências para educadores e educandos.

Descrição
ANTROPOÉTICA - ARTE EDUCAÇÃO E MOVIMENTO

É um conjunto de práticas e vivências que tem por objetivo (re)integrar o menino, o homem, o ser humano… à brincadeira, à consciência corpomente, e à sensibilidade. Promove a capacitação de agentes educativos por meio de vivências artístico-pedagógicas compostas por cursos, oficinas, palestras, workshops, grupos de estudo, e ampliação do repertório cultural.

Oferece vivências, cursos e livre formações nas áreas de:

Danças Brasileiras e Afro Brasileiras
Dança, consciência e expressão corporal
Arte educação para educadores e educandos
- Educação e sensibilidade
- Contos e contação de histórias tradicionais
- Brincadeiras cantadas e dançadas
- Figuras e adereços dos folguedos populares
- Danças brasileiras
- Música das manifestações populares da cultura brasileira
- Iniciação à cultura da criança / Construção de brinquedos
- Construção de instrumentos

Pilates e Movimento corporal consciente
Projeto " Lúdicadança, O brincar no espaço a maternidade"
Você pode levar essas e outras vivências e oficinas para sua escola!
Entre em contato pelo email: movimentosdocorpo@gmail.com

ANTROPO... POÉTICA... ÉTICA...
Antropo (do grego ἄνθρωπος, transl. anthropos, "homem") - o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões.
Poética - quando um autor faz uso de combinação de palavras (movimentos), figuras de linguagem (lúdicas, espaciais), exploração dos sentidos e sentimentos emoção e sensibilidade). Pode-se dizer que cada mensagem contém uma intenção, assim como cada ambiente social exige um tipo de atitude. Assim, o vocabulário que escolhemos ao nos comunicar tem uma função específica: de emocionar, de transmitir a realidade, de persuadir ou simplesmente de estabelecer um contato maior com o receptor.

Ética vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. É um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. No sentido prático é responsável por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.
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Luana Araujo é pesquisadora, intérprete, arte educadora, educadora e preparadora corporal, bailarina e atriz, professora de Pilates, Danças Brasileiras e Jogos teatrais.
Com a linguagem artística baseada em diferentes estilos, além da formação como educadora, tenho como objetivo relacionar o fazer, o conhecer, o interpretar e o apreciar a dança, o teatro, a música e as artes visuais proporcionando uma atuação artístico-pedagógica consciente.
https://www.facebook.com/ABCdeIdeias

#ABC de Ideias


Aproveitem!!!

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domingo, 9 de fevereiro de 2014


“Ostra feliz não faz pérola”. 
A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faca sofrer. Sofrendo a ostra diz para si mesmo:

“Preciso envolver essa areia pontuda que me machuca com uma esfera lisa que lhetire as pontas…” Ostras felizes não fazem pérolas… Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. A ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor, Não é preciso que seja uma dor doída…Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade. Este livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi”

Livro: “Ostra feliz não faz pérola” de Rubem Alves



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

"Não existem sonhos impossíveis para aqueles que realmente acreditam que o poder realizador reside no interior de cada ser humano, sempre que alguém descobre esse poder algo antes considerado impossível se torna realidade" (Albert Einstein)

VOLTAS ÀS AULAS 2014....QUE SEJA UM ANO ABENÇOADO!!!